Em meio a uma maré de desconfiança e crise de audiência, o jornalismo tradicional tenta emergir. Mas, ultimamente não se vê muitas cober...

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Em meio a uma maré de desconfiança e crise de audiência, o jornalismo tradicional tenta emergir. Mas, ultimamente não se vê muitas coberturas expressivas que apresentem uma imprensa interessada ou preocupada com o povo; mas no cinema, há listas de filmes e adaptações que ajudam a lembrar da capacidade democrática do quarto poder.

Um desses filmes é Spotlight, que concorre ao Oscar 2016 em várias categorias, entre elas, a de melhor filme e direção. Baseado em fatos reais, o drama mostra a investigação jornalística de casos de pedofilia na Igreja Católica realizada pela equipe Spotlight, do jornal The Boston Globe. O episódio aconteceu em 2001, quando o editor Marty Baron decidiu aprofundar o tema abordado em uma coluna do jornal, com a ajuda do grupo de investigação.

Quando publicada, a reportagem foi repercutida mundialmente e desencadeou na mídia uma série de revelações de abusos sexuais envolvendo membros da Igreja. O Vaticano reagiu criando uma comissão de investigação, porém, para muitas vítimas não foi o suficiente. O cardeal Bernard Law (retratado no filme) renunciou, mas pouco tempo depois, foi promovido a outro cargo importante. Da mesma forma, os bispos que trabalhavam com ele e ajudaram a encobrir os crimes, também foram promovidos.

Spotlight é dirigido por Tom McCarthy (Syriana - A Indústria do Petróleo, 2012, Um olhar no Paraíso) e estrelado por rostos conhecidos como Michael Keaton, Rachel McAdams e Mark Ruffalo. No Brasil, o filme estreou dia 7 de janeiro e ainda encontra-se disponível nos cinemas.

Veja também outros 5 filmes sobre a profissão:

Todos os Homens do Presidente (1976)
O longa aborda o maior escândalo da política interna na história dos Estados Unidos, o caso Watergate. Através de uma apuração realizada pelo jornal The Washington Post, foi constatado que o envolvimento do Presidente Richard Nixon em um escândalo político, o que resultou na renuncia deste em 1974. Além de prêmios, o filme é até hoje considerado uma das obras primas do cinema.

O Abutre (2015)
Lou (Jake Gillenhaal), um cara solitário e violento, vê a possibilidade de ganhar dinheiro sendo cinegrafista amador em um telejornal sensacionalista. Os limites do jornalismo policial são retratados no longa que marca a estreia Dan Gillroy (roteirista em Gigantes de Aço e O Legado Bourne) como diretor.

Intrigas de Estado (2009)
Mesclando suspense e jornalismo investigativo, o filme fala sobre a imparcialidade e o perigo de se envolver demais com a fonte. O repórter Cal McCaffrey (Russell Crowe) é amigo do congressista Stephen Collins (Ben Affleck), até que o assassinato da amante de Stephen coloca a amizade em jogo.

O Quarto Poder (1997)
A expressão “Quarto Poder” além de definir o jornalismo como órgão fiscalizador dos abusos dos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), também diz respeito a capacidade de influenciar a opinião pública e ditar regras de comportamento. O filme protagonizado por Dustin Hoffman e John Travolta fala sobre essa segunda vertente: a mídia como agente capaz de criar ou destruir mitos. Uma hora, o repórter transforma o ex-funcionário que mantém crianças reféns em um museu em vilão, outra hora em mocinho.

Rede de Intrigas (1976)
O jornalismo como espetáculo é ilustrado a cada cena do filme de Sidney Lumet. Um apresentador recebe a notícia de que será demitido por falta de audiência. No outro dia, comunica ao vivo sua saída do programa e anuncia que irá se matar na próxima semana quando o programa estiver no ar. O que o diretor faz? Com o recente aumento da audiência desde o episódio, decide manter o apresentador que fica cada dia mais insano.


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